Há pessoas que sofrem1 com as lesões avermelhadas da urticária por mais de seis semanas seguidas. Para esses casos, classifica-se a doença como urticária crônica.1 Cerca de 67% dos casos de urticária crônica não são causados por um fator externo desencadeante e, por isso, são chamados de espontâneos (antigamente eram chamados de idiopáticos).1,2
As causas conhecidas da UCE estão associadas à autoimunidade, situação na qual o sistema imunológico do paciente ativa os mastócitos de sua própria pele, causando a liberação da histamina e, consequentemente, as urticas e os angioedemas.3
Em alguns pacientes, a UCE (Urticária Crônica Espontânea) pode durar anos4 e impactar significativamente sua rotina e sua qualidade de vida. Por isso, mesmo que não apresente maior risco para a saúde, a urticária crônica espontânea precisa e pode ser completamente controlada.1
Estima-se que cerca de 2% das pessoas com urticária crônica espontânea convivem com a doença a vida toda4 – com sintomas todas as semanas ou todos os meses.
De 33% a 67% dos pacientes com urticária crônica espontânea também sofrem com o angioedema, um inchaço nas camadas profundas da pele.2 Os efeitos negativos da UCE na qualidade de vida são amplos e podem incluir privação de sono, depressão e ansiedade.2,5,6 A boa notícia é que 92% das pessoas com UCE conseguem viver sem nenhum sinal ou sintoma doença quando recebem o tratamento adequado.7
“As coceiras e as lesões prejudicam bastante o dia a dia do paciente. Muitas vezes, há dificuldade de concentração no trabalho, ou mesmo para dormir, porque as coceiras são muito intensas. Além disso, há um certo estigma já que muitas pessoas imaginam que a urticária pode ser contagiosa. Consultar um especialista, encontrar o tratamento mais adequado e controlar completamente a doença são imprescindíveis para que a pessoa viva bem”, destaca Dr. Luis Felipe Ensina, Especialista em Alergia e Imunologia Clínica.(RQE 25413) CMR 86.758
Existe ainda um subgrupo de urticária crônica, chamado de “urticária crônica induzida”, que neste caso não é espontânea, e sim induzida por estímulos físicos, como frio, calor, pressão, vibração, luz solar, água, exercício, e aumento da temperatura corporal. São mais frequentes em adulto jovem, e constituem 17% do total de urticárias crônicas. Geralmente as lesões são restritas ao local estimulado, porém podem ser difusas.2
Referências
1. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA²LEN/EDF/WAO Guideline for the Definition, Classification, Diagnosis and Management of Urticaria. The 2017 Revision and Update. Allergy. 2018 Jan 15.
2. Maurer M, et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–30.
3. Kaplan AP. What the first 10,000 patients with chronic urticaria have taught me: a personal journey. J Allergy Clin Immunol. 2009 Mar;123(3):713-7.
4. Beltrani VS. An overview of chronic urticaria. Clin Rev Allergy Immunol 2002;23:147–69.
5. Kang MJ, et al. The impact of chronic idiopathic urticaria on quality of life in korean patients. Ann Dermatol 2009;21:226–9. O’Donnell BF, et al. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol 1997;136:197–201.
6. Vietri J, Turner SJ, Tian H, Isherwood G, Balp MM, Gabriel S. Effect of chronic urticaria on US patients: analysis of the National Health and Wellness Survey. Ann Allergy Asthma Immunol. 2015 Oct;115(4):306-11.
7. Kaplan AP. Therapy of chronic urticaria: a simple, modern approach. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 May;112(5):419-25.