Todos pela UCE: uma coceira que atinge mais de 1 milhão de pessoas

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Você sabe o que é UCE? Pois tem muita gente que não conhece a doença, apesar de ela afetar mais de 1 milhão de brasileiros.1,2 Mesmo com a prevalência, a UCE (urticária crônica espontânea) ainda é desconhecida por grande parte da população. E o pior é que, muitas vezes, é confundida com uma alergia. No entanto, a UCE não é causada por nenhum fator externo, como a ingestão de um alimento, uma situação de estresse ou o uso de um cosmético.1,2

Da necessidade de conscientização, surgiu a primeira campanha sobre UCE em 2018, que tinha como embaixador da causa o ator Eriberto Leão. Esse projeto ajudou muitas pessoas a irem atrás do diagnóstico e tratamento correto, algo muito importante diante de um dado que aponta que 67% dos pacientes desistiram de procurar informações, acreditando que os médicos não podem mais ajudá-los.3 Com o tratamento adequado, porém, é possível viver sem os sintomas da UCE.11

Em 2019, a campanha é lançada novamente com o mesmo objetivo: ajudar e disseminar o conhecimento sobre a UCE. Neste ano, quem veste a camisa da causa é a atriz Deborah Secco, que se sensibilizou com os pacientes que convivem com essa doença.

O que é UCE?

A UCE – urticária crônica espontânea – é uma doença caracterizada pela ocorrência diária ou quase diária de urticas e/ou angioedema por um período maior do que seis semanas, sem que estes sejam causados por alimentos, cosméticos, produtos de limpeza ou qualquer outro fator externo.1,4

O que são urticas e angioedemas?

As urticas são lesões em alto relevo na pele, geralmente rodeadas por uma borda avermelhada, que coçam intensamente,1,4 a ponto de fazer com que o paciente não consiga mais dormir ou exercer suas atividades diárias, como trabalhar, estudar, passear, namorar, etc.5,6 As urticas têm uma característica bastante peculiar: elas permanecem no mesmo local por no máximo 24 horas, reaparecendo depois em outras áreas. Isso dá a sensação para alguns pacientes de que elas estão se movendo pelo corpo.1,4

Já o angioedema é um inchaço das camadas mais profundas da pele, mais associado a dor do que a coceira. O angioedema pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas traz mais impacto quando se manifesta no rosto, pois deforma significativamente a aparência das pessoas afetadas e causa, além da dor, muito constrangimento. O angioedema aparece muito rapidamente, em minutos, e some em até 72 horas, reaparecendo ou não em outras partes do corpo.1,4

As pessoas com UCE podem ter somente urticas, ou somente angioedema, ou urticas e angioedema ao mesmo tempo.7

Qual a diferença entre urticária e UCE?

Na urticária, muitos fatores externos como cosméticos, medicamentos, alimentos, produtos de limpeza podem causar os sintomas como urticas e angioedema. A grande diferença é que na UCE as lesões aparecem espontaneamente, sem ação de agentes externos e sim pelo próprio organismo.8,9

Mas é possível viver bem, livre dos sintomas da UCE? É sim, não desista

O desconhecimento sobre a UCE é tamanho que 67% dos pacientes desistiram de procurar ajuda médica e a maioria acredita que os médicos não podem mais ajudá-los.10 Mas isso não precisa ser assim…

O sucesso no tratamento da UCE significa viver sem sintomas da doença.9 Ter acesso a informações e fazer acompanhamento com um especialista (alergista/imunologista ou dermatologista) são fundamentais para atingir esse controle total da UCE.

A boa notícia é que 92% das pessoas com UCE conseguem viver sem nenhum sinal ou sintoma doença quando recebem o tratamento adequado.11


Referências

1. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA(2) LEN/EDF/WAO Guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria: the 2013 revision and update. Allergy 2014;69:868–87.
2. Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–330.
3. Maurer M, Staubach P, Raap U et al. ATTENTUS, a German online survey of patients with chronic urticaria highlighting the burden of disease, unmet needs and real-life clinical practice. Br J Dermatol 2016 Apr;174(4):892-4.
4. Giménez-Arnau AM, Grattan C, Zuberbier Tet al. An individualized diagnostic approach based on guidelines for chronic urticaria (CU). J Eur Acad Dermatol Venereol. 2015 Jun;29 Suppl 3:3-11.
5. O’Donnell BF, Lawlor F, Simpson J, Morgan M, Greaves MW. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol. 1997 Feb;136(2):197-201.
6. Silvares MR, Fortes MR, Miot HA. Quality of life in chronic urticaria: a survey at a public university outpatient clinic, Botucatu (Brazil). Rev Assoc Med Bras (1992). 2011 Sep-Oct;57(5):577-82.
7. Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–330.
8. Kaplan AP. What the first 10,000 patients with chronic urticaria have taught me: a personal journey. J Allergy Clin Immunol. 2009 Mar;123(3):713-7.
9. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA²LEN/EDF/WAO Guideline for the Definition, Classification, Diagnosis and Management of Urticaria. The 2017 Revision and Update. Allergy. 2018 Jan 15.
10. Maurer M, Staubach P, Raap U et al. ATTENTUS, a German online survey of patients with chronic urticaria highlighting the burden of disease, unmet needs and real-life clinical practice. Br J Dermatol 2016 Apr;174(4):892-4.
11. Kaplan AP. Therapy of chronic urticaria: a simple, modern approach. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 May;112(5):419-25.