UCE: a busca por uma causa!

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Por Patrícia Sarruf

Dia 20 de outubro de 2005, acordei para ir para a faculdade, e quando estava me vestindo notei muitas bolinhas e vergões na minha barriga, meu rosto estava todo inchado, até a testa! Fui até o pronto socorro e a médica disse ser apenas uma reação alérgica, receitou um medicamento por cinco dias e fui para casa! No sétimo dia, a mesma coisa, acordei igual. Fui novamente ao pronto socorro e a médica me aconselhou procurar um alergista.

Meu alergista me falou que era urticária crônica, mas não conseguíamos encontrar uma causa. No início ele achou que tinha relação com meu hipotireoidismo. Busquei em artigos científicos e encontrei vários dizendo que poderia mesmo existir essa relação, e com estes artigos em mãos, procurei algum endocrinologista que soubesse disso. Consultei cinco diferentes, e nenhum concordava, diziam que eu não devia acreditar em tudo que lia na internet, disseram até mesmo que minha alergia era do pelinho da coberta.

Em revistas de salas de espera, minha mãe leu que H. pilori (uma bactéria) poderia causar urticária. Lá fomos nós a um gastroenterologista. Fiz o teste, deu fraco positivo, mas assim mesmo fiz o tratamento… não adiantou em nada.

Nesse momento começou a tristeza, pois além de estar todos os dias coberta de urticária, eu não consegui encontrar nenhum médico que soubesse o que eu tinha. Foram inúmeras consultas, exames e dietas. Tomei os mais variados anti-histamínicos.

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Novamente minha mãe leu que reumatismo poderia causar urticária. Lá fomos nós para uma reumatologista. Na primeira consulta, apenas olhando para mim, a médica me diagnosticou com Lúpus. Mesmo o diagnóstico sendo tão horrível, eu não acreditei em nenhum momento. Eu não sabia o que eu tinha, mas com certeza não era Lúpus! Fiz os exames, nada de Lúpus! Mas mesmo assim me submeti a um tratamento…

Durante esse último tratamento a urticária enfim foi embora… depois de 1 ano e 6 meses. Porém, eu continuei sem uma resposta, pois não se pode afirmar que foi pelo tratamento que a urticária sumiu.

Tudo ótimo até dia 12 de junho de 2011… o dia que acordei novamente com bolinhas por todo o corpo e rosto… e comecei novamente a busca pela causa.

Dessa vez busquei indicações de outros alergistas. E foi em uma alergista pediátrica que encontrei a resposta! Olhando todo aquele histórico de exames que fiz a médica nem pensou muito: “Você tem Urticária Crônica Espontânea Autoimune” e até emendou “Você é a auto imunidade em pessoa!”

O que venho tentando fazer é aprender a conviver com a urticária. Tarefa essa muito difícil. Pois não é nada fácil ir dormir sem saber como vai acordar no outro dia. Não é fácil ficar o tempo todo se coçando. Não é fácil ficar dias sem dormir. Não é fácil se isolar. Não é fácil encarar uma sociedade que te julga pela sua aparência e que não acredita que você está fazendo o máximo possível para ficar bem. Mas hoje já sabemos que existe uma opção de tratamento que permite seguirmos com uma vida normal, sem sustos, percalços, coceiras excessivas, inchaços no rosto e imprevisto – procure seu médico, ele poderá avaliar e te indicar outras opções de tratamentos já disponíveis do Brasil.

Alimentar-se de bons sentimentos. Acreditar que você é superior a urticária, que não são bolinhas que coçam que vão fazer você ficar em casa embaixo das cobertas. Erguer a cabeça e seguir a vida. Esses também foram alguns recursos que encontrei para a minha urticária e para a minha vida!

Com essa experiência de mais de 10 anos passei a ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema. Abracei essa causa voluntariamente e cada um que me procura deixa um pouco de seus conhecimentos comigo também! E assim vamos nos tornando mais fortes nessa luta contra a urticária crônica espontânea!

* Os blogueiros são financeiramente compensados, considerando um valor de mercado pelas horas dedicadas. O pagamento aos blogueiros de forma alguma interfere no conteúdo que escrevem, nas opiniões ou perspectivas da vida com urticária.