O que significa ser pai quando você tem UCE (Urticária Crônica Espontânea)

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Por: Luke

Luke é um dos escritores do Viva sua pele, e tem urticária crônica há mais de dez anos. Ele é ativo na comunidade online de urticária crônica e tem muitas histórias bacanas para contar. Ele é casado e atualmente mora no Canadá com sua esposa e filho recém-nascido.

Todos os pais desse mundo entendem que ser pai e marido é um baita desafio. Dito isto, nada pode ser pior para meu ego (ou o de qualquer pessoa) do que não ser capaz de cumprir com as responsabilidades e deveres básicos – principalmente quando isso acontece por causa da urticária crônica espontânea (UCE).

Uma das coisas mais difíceis é ter que lidar com minha UCE, enquanto tento ser um bom marido e pai. É o que se pode esperar da urticária: quando eu tenho uma crise, vejo minha esposa exausta por cuidar do bebê, e não consigo ajudá-la.

Os primeiros dias

Vamos voltar um pouquinho. Quando descobri que teria um filho, fiquei em êxtase. Pulava na sala que nem criança. Mas, depois de toda essa excitação, fiquei com medo de que ele ou ela pudesse ser diagnosticado com urticária crônica espontânea (UCE) no futuro, assim como eu. Até minha esposa estava um pouco preocupada. Acredite ou não, uma pessoa da minha família me disse que eu NÃO deveria ter um filho, por medo que ele herdasse a UCE. Independentemente de quão louco isso possa parecer, cheguei a pensar que seria totalmente minha culpa se meu filho fosse diagnosticado com UCE.

Bem, em maio de 2014 meu bebezinho chegou neste mundo. Quando a paternidade começou, fiquei muitas noites em claro nos primeiros meses – o que para mim significa surto de urticária, então, tive uma explosão durante esse período.

Durante minha crise, minha esposa cuidou de toda a alimentação e trocas de fraldas, e fiquei me sentindo constrangido e inútil. Em alguns momentos cheguei até a me arrepender de ter o bebê, porque quando eu tinha as urticas, não era capaz de cuidar dele. Eu estava completamente acamado, e podia ouvir o bebê chorando e minha esposa lutando para manter tudo em ordem, mesmo tendo passado vários dias sem dormir. Eu tentei me forçar a fazer os “deveres do pai”, mas movimentos simples, como pegar o bebê no berço, eram terrivelmente dolorosos para o meu corpo inchado.

Esposa ou supermulher?

Você pode imaginar que minha esposa se transformou em uma supermulher nesse período. Ela estava na maior correria, e eu só conseguia fazer pouca coisa para ajuda, mas ela deu conta. Mesmo nos momentos difíceis com o bebê, ela conseguiu fazer as tarefas necessárias, ao mesmo tempo em que me apoiava. Não tenho como agradecê-la o bastante por estar ao meu lado. “Você vai passar por isso. VOCÊ vai”, ela me dizia, “eu sei que você consegue”. Foram essas simples palavras que me ajudaram a superar. Eu vou passar por isso. Eu consigo.

Essas palavras me deixavam sem urticas? Claro que não. Mas elas me mantiveram calmo enquanto eu superava isso. Você não precisa de um marido ou de esposa para levar o dia a dia. Você simplesmente precisa de suporte.

Então, podemos dizer que eu tenho sorte. Tenho sorte de ter um filho. Tenho sorte de ter uma esposa que fica acordada à noite por causa das minhas urticas e nunca se queixa. Tenho sorte, porque mesmo nos meus piores momentos ela me lembra que vou superar e ser o melhor pai que posso ser.

Viva sem nenhum sintoma da urticária

Quando a urticária é tratada de forma correta, você deve levar uma vida sem nenhum sintoma da doença. Se este ainda não é o seu caso, converse com seu médico para que juntos encontrem uma nova alternativa que te proporcione uma vida livre dos sinais da urticária!1 Os médicos especialistas em urticária crônica são os dermatologistas e os alergistas.


Referências

1. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA(2) LEN/EDF/WAO Guideline for the definition, classification, diagnosis, and management of urticaria: the 2013 revision and update. Allergy. 2014 Jul;69(7):868-87.

Fonte: Skin to Live In. Disponível em http://www.skintolivein.com/urticaria/article/what-being-a-dad-means-to-someone-with-csu/. Acesso em junho de 2017.