1º de outubro: Dia Mundial da Urticária

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Dia 1º de outubro marca internacionalmente o Dia Mundial da Urticária. A data foi criada em 2014 pela Asociación de Afectados de Urticaria Crónica (AAUC), uma organização espanhola sem fins lucrativos que promove o intercâmbio de experiências e conhecimento sobre a doença para a população, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com a urticária crônica naquele país.1

No Brasil, a data também já marca há alguns anos um momento de conscientização sobre a doença e educação da população sobre as diferenças entre cada tipo de urticária – como a crônica e a espontânea, por exemplo –, além de renovar a crença dos pacientes nas perspectivas reais de uma vida livre dos sintomas.2

Você é nosso convidado para responder o nosso quiz e testar seus conhecimentos sobre a UCE!

Então que tal usar essa data para esclarecer os mitos sobre a urticária?

Para marcar o dia 1º de outubro, neste ano, trazemos abaixo informações para desmistificar alguns dos principais mitos sobre a urticária e a UCE (urticária crônica espontânea) de uma vez por todas!
Vamos lá…

Mito 1: “UCE é uma doença que afeta exclusivamente a pele.”
A verdade…
Embora alguns dos principais sinais e sintomas da urticária de fato se manifestem na pele – como as urticas, a coceiras e o inchaço (angioedema) –, a urticária vai muito além de uma questão “estética” da pele, pois pode provocar impactos muito mais profundos na qualidade de vida dos pacientes, impactando seu sono, relacionamentos pessoais, profissionais, familiares e sexuais, entre outros.2-7


Mito 2: “Urticária é tudo igual, um tipo de alergia que aparece quando as pessoas comem algo ou encostam em alguma planta, por exemplo.”
A verdade…
Quando falamos de urticária, é preciso ter duas coisas em mente: a primeira é que ela nem sempre é uma alergia8; e a segunda é que nem toda urticária é causada por fatores externos. Na UCE (urticária crônica espontânea), como o próprio nome indica, as lesões aparecem espontaneamente. Isto é, a UCE é um tipo de urticária que não é causada por nenhum agente externo, e sim pelo próprio organismo.2,9

Vale lembrar que há sim outro tipo de urticária crônica (UCIND – urticária crônica induzida) na qual, de fato, fatores externos como frio, calor, exposição ao sol, vibração, contato com a água, pressão física sobre a pele e até mesmo a realização de exercícios físicos podem desencadear os sintomas como urticas e angioedema.2,9 Fique atento: quem tem UCIND pode ter também UCE!


Mito 3: “A UCE é uma doença que desaparece sozinha, então é preciso ter paciência e esperar os sinais irem embora.”
A verdade…
Muitas vezes os sinais e sintomas da UCE – como as urticas, a coceira e o angioedema – podem sim desaparecer sozinhos.2 Entretanto, os sinais e sintomas da UCE (urticária crônica espontânea) podem durar de seis semanas até anos, indo e vindo ao longo do tempo.2 Para essas pessoas, esperar o desaparecimento dos sintomas pode ser devastador, por isso, elas devem buscar diagnóstico e tratamento adequados.2,9 Hoje, com o tratamento adequado, até 92% dos pacientes podem viver normalmente, com a doença completamente controlada, isto é, sem coceira, urticas e/ou angioedema.2,9


Mito 4: “Os pacientes com UCE que ‘já tentaram de tudo’ precisam mesmo se acostumar com os sintomas e uma vida limitada pela doença.”
A verdade…
A verdade é que o sucesso no tratamento da UCE (urticária crônica espontânea) significa viver sem nenhum sinal ou sintoma da doença, e a grande maioria (92%) dos pacientes, alcançam esse resultado com o tratamento adequado.2,9 O importante aqui é não perder o foco desse objetivo de tratamento, mesmo diante dos desafios que a doença impõe.

Um passo super importante é encontrar um médico especialista nos cuidados com a doença – e nós te ajudamos com essa lista aqui!


Mito 5: “A urticária pode ser causada pelo nervosismo do dia a dia.”
A verdade…
A UCE (urticária crônica espontânea) não é causada pelas emoções.2,9 Ao contrário do que se imaginava no passado, a ansiedade gerada pela imprevisibilidade das crises, associada à privação de sono e a busca obsessiva pela suposta causa externa da doença, é que frequentemente levam as pessoas com UCE ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão.3-7


Mito 6: “O tratamento da UCE é feito só com anti-histamínicos.”
A verdade…
Existem diretrizes internacionais que estabelecem o passo a passo do tratamento da UCE (urticária crônica espontânea), incluindo diferentes medicamentos e doses que devem ser usados em uma sequência determinada, até que os pacientes alcancem uma vida sem sinais e sintomas da UCE (saiba mais aqui). Então, quem não chegar ao controle completo da UCE (pele sem coceira, sem urticas e sem angioedema) com anti-histamínicos, por exemplo, tem alternativas a serem seguidas como o aumento de dose e outras opções terapêuticas que agem de forma diferente no organismo. Lembre-se: o tratamento deve sempre ocorrer sempre sob orientação de um médico especialista – para que mais e mais pacientes alcancem uma vida sem sinais e sintomas da UCE.2,10-13


Referências

1. La Asociación de Afectados de Urticaria Crónica. ¿Qué hacemos?. Disponível em: https://www.urticariacronica.org/la-asociacion/que-hacemos/ Acesso em setembro de 2018.
2. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA²LEN/EDF/WAO Guideline for the Definition, Classification, Diagnosis and Management of Urticaria. The 2017 Revision and Update. Allergy. 2018 Jan 15.
3. Vietri J, Turner SJ, Tian H, Isherwood G, Balp MM, Gabriel S. Effect of chronic urticaria on US patients: analysis of the National Health and Wellness Survey. Ann Allergy Asthma Immunol. 2015 Oct;115(4):306-11.
4. Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy 2011;66:317–330.
5. O’Donnell BF, Lawlor F, Simpson J, Morgan M, Greaves MW. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol. 1997 Feb;136(2):197-201.
6. Kang MJ, Kim HS, Kim HO et al. The impact of chronic idiopathic urticaria on quality of life in korean patients. Ann Dermatol 2009;21:226–9.
7. Silvares MR, Fortes MR, Miot HA. Quality of life in chronic urticaria: a survey at a public university outpatient clinic, Botucatu (Brazil). Rev Assoc Med Bras (1992). 2011 Sep-Oct;57(5):577-82.
8. Augey F, Gunera-Saad N, Bensaid B et al. Chronic spontaneous urticaria is not an allergic disease. Eur J Dermatol 2011; 21(3):349-353.
9. Kaplan AP. What the first 10,000 patients with chronic urticaria have taught me: a personal journey. J Allergy Clin Immunol. 2009 Mar;123(3):713-7.
10. Faculdade de Medicina do ABC. Entidades internacionais mudam tratamento contra urticária. Disponível em: http://www.abcdoabc.com.br/santo-andre/noticia/entidades-internacionais-mudam-tratamento-contra-urticaria-61998 Acesso em 04 de abril de 2018.
11. Kaplan AP. Therapy of chronic urticaria: a simple, modern approach. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 May;112(5):419-25.
12. Dr. Luis Felipe Ensina, Especialista em Alergia e Imunologia Clínica (RQE 25413 – CRM 86758).
13. Dr. Luis Felipe Ensina – Alergista. O tratamento atualizado da UCE. Disponível em: https://www.facebook.com/luisensinaalergia/posts/1818892784808971 Acesso em 04 de abril de 2018.