Tratamento do câncer de próstata

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O tratamento do câncer de próstata deve ser feito de forma individualizada, por um médico especializado, após a definição dos riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, considerando fatores como preferências pessoais, estadiamento da doença (localização e extensão do câncer), idade e saúde geral do paciente.1,2

Estadiamento do câncer de próstata

O câncer de próstata localizado pode ser dividido em grupos de risco, dependendo da probabilidade de progressão ou metástase do câncer. O estadiamento de risco para o câncer de próstata localizado direciona a decisão inicial do tratamento.3

As diretrizes oncológicas e urológicas utilizam os seguintes critérios para a estratificação de risco para o câncer de próstata e para as decisões iniciais do tratamento:3,6

  • a) Nível de PSA no momento do diagnóstico;
  • b) Score de Gleason (com base na biópsia);*
  • c) Classificação TNM.**

* Pontuação de Gleason é um sistema usado para classificar o câncer de próstata com base na quantidade de células cancerígenas que se parecem com células normais da próstata (por exemplo, tumores menos agressivos se parecem mais com células cancerígenas). Isto é determinado com base nos resultados da biópsia.8,10

** A classificação TNM refere-se ao sistema tumor-nódulo-metástase para estadiamento do câncer.7
T (tumor): refere-se ao tamanho e extensão do tumor principal;7
N (nódulo): refere-se ao envolvimento de gânglios linfáticos próximos;7
M (metástase): descreve se o câncer se espalhou para outras partes do corpo.7

Para cada um dos estádios do câncer de próstata, ou seja, para cada uma das fases da doença, podem ser realizados diferentes tipos de tratamento. Conheça abaixo os mais comuns:

Vigilância ativa: esta opção é recomendada para câncer de próstata de crescimento lento. Por meio de consultas regulares e exames regulares de PSA, toque retal e biópsias, o progresso do câncer é monitorado. Se o crescimento do tumor se acelerar, médico e paciente discutem a forma de tratamento.1

Cirurgia: é uma das opções mais comuns de tratamento da doença localizada, isto é, que está restrita à próstata e não se espalhou. A cirurgia mais comum para o câncer de próstata é a prostatectomia radical, que envolve a remoção de toda a próstata. Essa cirurgia pode ser feita por meio de diferentes técnicas e, recentemente, os métodos minimamente invasivos, como a cirurgia videolaparoscópica e a cirurgia robótica têm ganhado mais espaço devido a menores riscos de complicações.1

Radioterapia: assim como a cirurgia, a radioterapia é uma opção comum de tratamento do tumor restrito à próstata, ou seja, quando a doença está localizada. A radioterapia pode ser de fonte externa (tridimensional, de intensidade modulada ou guiada por imagens) ou interna, a chamada braquiterapia, em que sementes radioativas do tamanho de um grão de arroz são colocadas diretamente na próstata.1

Terapia de privação hormonal, hormonioterapia ou terapia de privação de andrógenos: tem como objetivo bloquear ou reduzir a produção de hormônios masculinos, também chamados de andrógenos (Ex.: testosterona), que estimulam o crescimento de células cancerígenas da próstata.1 Também é aplicada quando a doença está localizada.

Nos casos de doença metastática, quando as células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo e dão origem a novos tumores, outras terapias podem ser utilizadas, como por exemplo:

Quimioterapia: pode ser usada em pacientes com câncer avançado, quando o câncer se disseminou e não responde mais à hormonioterapia. Ela não cura o câncer, mas reduz o ritmo de crescimento do tumor e a dor.1

Terapia-alvo: também chamada de terapia direcionada, são medicamentos que atacam partes das células de câncer que são diferentes das células normais. O medicamento entra na corrente sanguínea e alcança várias áreas do corpo, o que o torna útil contra alguns tipos de câncer que se espalharam.11

Imunoterapia: uso de medicação para estimular o próprio sistema imune do paciente a reconhecer e destruir as células de câncer. Alguns tipos de imunoterapia podem ser usados para tratar o câncer de próstata.11

Radiofármacos/Radioligantes: substâncias radioativas que se ligam a receptores específicos nas células tumorais, permitindo entregar radiação diretamente no câncer de forma direcionada e com menos impacto em tecidos saudáveis.12


Glossário – Termos da oncologia

Taxa de sobrevida: é utilizada pelos médicos como uma forma padrão para discutir o prognóstico (probabilidade de recuperação/cura) de uma paciente. A taxa de sobrevida em 5 anos se refere à porcentagem de pacientes que vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico da doença. A taxa de sobrevida não prevê quanto tempo cada pessoa viverá, mas permite entender a probabilidade de sucesso do tratamento.12

Taxa de sobrevida global: período durante o qual um paciente permanece vivo após o diagnóstico da doença ou início do tratamento. Em um estudo, indica a porcentagem de pacientes que estão vivos em um determinado período após o diagnóstico ou início do tratamento.13

Terapia radioligante (radiofármacos direcionados): tratamento que usa compostos radioativos ligados a moléculas que reconhecem alvos do tumor (ex.: PSMA). Essa ligação permite entregar radiação diretamente às células cancerígenas, poupando mais os tecidos saudáveis16,17,18; pode ser indicada em cenários de doença metastática, conforme evidências clínicas e diretrizes internacionais.

Remissão da doença: os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes. A remissão pode ser parcial ou completa, quando todos os sinais e sintomas do câncer desapareceram.14

Metástase: acontece quando as células do câncer se desprendem do tumor principal, entram na circulação sanguínea ou linfática e se alojam em outras partes do corpo, formando novos tumores.15

 


Referências
1. Tratamento câncer de próstata. A. C. Camargo. Disponível em: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/o-cancer-de-prostata-tem-cura. Acesso em maio de 2025.
2. Câncer de próstata. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-prostata. Acesso em maio de 2025.
3. D’Amico AV, Whittington R, Malkowicz SB, Schultz D, Blank K, Broderick GA, Tomaszewski JE, Renshaw AA, Kaplan I, Beard CJ, Wein A. Biochemical outcome after radical prostatectomy, external beam radiation therapy, or interstitial radiation therapy for clinically localized prostate cancer. JAMA. 1998 Sep 16;280(11):969-74. doi: 10.1001/jama.280.11.969. PMID: 9749478.
4. Mottet N, Bellmunt J, Bolla M, Briers E, Cumberbatch MG, De Santis M, Fossati N, Gross T, Henry AM, Joniau S, Lam TB, Mason MD, Matveev VB, Moldovan PC, van den Bergh RCN, Van den Broeck T, van der Poel HG, van der Kwast TH, Rouvière O, Schoots IG, Wiegel T, Cornford P. EAU-ESTRO-SIOG Guidelines on Prostate Cancer. Part 1: Screening, Diagnosis, and Local Treatment with Curative Intent. Eur Urol. 2017 Apr;71(4):618-629. doi: 10.1016/j.eururo.2016.08.003. Epub 2016 Aug 25. PMID: 27568654.
5. Parker C, Castro E, Fizazi K, Heidenreich A, Ost P, Procopio G, Tombal B, Gillessen S; ESMO Guidelines Committee. Prostate cancer: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. 2020 Sep;31(9):1119-1134. doi: 10.1016/j.annonc.2020.06.011. Epub 2020 Jun 25. PMID: 32593798.
6. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology. Prostate Cancer, v2.2021. Disponível em: https://www.nccn.org/patients/guidelines/content/PDF/prostate-early-patient.pdf Acesso em maio de 2025.
7. Cancer Staging. National Cancer Institute. Disponível em: https://www.cancer.gov/about-cancer/diagnosis-staging/staging. Acesso em maio de 2025.
8. Prostate cancer. Cancer.Net. Disponível em: https://www.cancer.net/cancer-types/prostate-cancer/stages-and-grades. Acesso em maio de 2025.
9. Chen N, Zhou Q. The evolving Gleason grading system. Chin J Cancer Res. 2016 Feb;28(1):58-64. doi: 10.3978/j.issn.1000-9604.2016.02.04. PMID: 27041927; PMCID: PMC4779758.
10. Paner GP, Gandhi J, Choy B, Amin MB. Essential Updates in Grading, Morphotyping, Reporting, and Staging of Prostate Carcinoma for General Surgical Pathologists. Arch Pathol Lab Med. 2019 May;143(5):550-564. doi: 10.5858/arpa.2018-0334-RA. Epub 2019 Mar 13. PMID: 30865487.
11. What’s New in Prostate Cancer Research? American Cancer Society. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/prostate-cancer/about/new-research.html. Acesso em maio de 2025.
12. Taxa de sobrevida. Oncoguia. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-o-cancer-de-prostata/5857/289/ Acesso em maio de 2025.
13. Taxa de sobrevida global. ABRALE. Disponível em: https://revista.abrale.org.br/qualidade-de-vida/2023/02/glossario-de-oncologia-entenda-o-que-cada-termo-significa/#1675890770806-30e47985-ef8f. Acesso em maio de 2025.
14. Remissão da doença. A. C. Camargo. Disponível em: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/recidiva-seguimento-cura-e-remissao-em-oncologia. Acesso em maio de 2025.
15. Metástase. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/metastase. Acesso em maio de 2025.
16. Sartor O, de Bono J, Chi KN, et al. Lutetium-177–PSMA-617 for Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. New England Journal of Medicine. 2021;385(12):1091–1103.
17. Morris MJ, et al. Phase III Study of 177Lu-PSMA-617 in Patients with Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. Lancet. 2021;398(10314):1895–1904.
18. Herrmann K, Schwaiger M, Lewis JS, Solomon SB, McDevitt MR. Radiotheranostics: A Roadmap for Future Development. Lancet Oncol. 2020;21(3):e146–e156.
19. Sartor O, et al. Lutetium-177–PSMA-617 for Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. N Engl J Med. 2021;385:1091–1103.
20. NCI – National Cancer Institute. Radiopharmaceutical (Radioligand) Therapy for Cancer. (página institucional explicando o conceito e indicações gerais).

 


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