Por Marlene Oliveira, Fundadora e Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida
Um dos principais desafios no enfrentamento do câncer de próstata é a resistência de muitos homens em procurar orientação médica. Essa resistência é frequentemente alimentada por um estigma cultural associado à saúde masculina, que desencoraja os homens a buscar ajuda, mesmo quando apresentam sintomas ou fatores de risco.
A falta de conscientização sobre a doença é um fator significativo na resistência que muitos homens mostram em relação à saúde. Muitos ainda não estão plenamente informados sobre a importância dos exames de rotina e os sinais precoces da doença. A falta de uma abordagem aberta e informativa pode resultar em um entendimento superficial, levando ao adiamento ou até à não realização dos exames necessários.2
O principal desafio é envolver os homens em conversas sobre saúde. Anos atrás, um preconceito considerável em relação à divulgação de informações sobre doenças que afetam o público masculino já era observado. Embora esse preconceito tenha diminuído com o tempo e os homens estejam começando a adotar uma visão mais cuidadosa sobre sua saúde e a praticar o autocuidado, a situação ainda está longe do ideal e o progresso continua sendo gradual, especialmente no que diz respeito ao câncer de próstata, onde ainda há grandes obstáculos à conscientização e ao diálogo.
É fundamental reconhecer o papel essencial das mulheres na disseminação de informações sobre saúde, especialmente quando se trata de doenças como o câncer de próstata. As mulheres frequentemente desempenham um papel vital como cuidadoras, esposas, mães e amigas, e podem exercer uma influência significativa na motivação dos homens para buscar informações e para se envolver em práticas de prevenção. Melhorar as estratégias de comunicação pode facilitar um maior envolvimento dos homens nas questões de saúde e ajudar a superar as barreiras em torno dessas questões. Incentivar a participação feminina e utilizar sua influência pode ser uma abordagem poderosa para promover a prevenção do câncer de próstata.
Portanto, é crucial que a sociedade amplie seu entendimento sobre o câncer de próstata e desmistifique a doença. Aumentar a conscientização e quebrar os estigmas são passos fundamentais para garantir que mais homens recebam o diagnóstico precoce e o tratamento necessário. O avanço na educação pública e a criação de um ambiente onde os homens se sintam confortáveis discutindo sua saúde são essenciais para melhorar os resultados no combate à doença.
Nesse contexto, o Novembro Azul desempenha um papel vital ao abordar a necessidade de conscientização e apoio. Esta campanha nacional é fundamental para promover a educação, a detecção precoce e a redução do estigma associado ao câncer de próstata. Ao aumentar a visibilidade do câncer de próstata e incentivar a triagem regular e o tratamento precoce, o Novembro Azul contribui significativamente para a conscientização e apoio aos homens afetados, promovendo um maior cuidado com a saúde e melhorando a qualidade de vida.
No entanto, é importante ressaltar que a jornada dos pacientes com câncer de próstata vai além do tratamento em si, principalmente no cenário metastático da doença. Esses pacientes enfrentam uma série de desafios adicionais que podem impactar profundamente sua qualidade de vida. A dor crônica, a fadiga, os efeitos colaterais dos tratamentos e as alterações na vida cotidiana são apenas alguns dos obstáculos que afetam seu bem-estar físico e emocional. Portanto, enquanto campanhas que promovam informação de qualidade são cruciais para a prevenção e a conscientização, é igualmente importante que o tratamento continue a oferecer suporte abrangente para enfrentar e gerenciar esses desafios adicionais.1
Desde a sua fundação em 2008, o Instituto Lado a Lado pela Vida acredita firmemente que o tratamento do câncer de próstata avançado deve incorporar um compromisso constante com a qualidade de vida do paciente. Apesar da complexidade e dos desafios da luta contra a doença, adotar uma abordagem centrada no paciente pode transformar a experiência do câncer de próstata avançado em uma jornada marcada por dignidade e esperança.
É essencial que haja uma comunicação aberta entre pacientes e equipe médica, permitindo que os pacientes expressem suas preocupações e discutam os efeitos colaterais dos tratamentos. Isso se torna ainda mais importante no contexto do paciente com câncer de próstata metastático, onde o envolvimento de diversos profissionais, como urologistas, oncologistas e médicos nucleares, é fundamental para um cuidado eficaz. Considerando que esses pacientes frequentemente enfrentam dificuldades de comunicação e precisam interagir com esses diversos especialistas, é importante que o processo de tratamento não só ofereça suporte multidisciplinar e recursos para atender às necessidades físicas, emocionais e sociais dos pacientes, mas também fortaleça sua compreensão sobre o papel de cada um desse profissional na sua jornada de tratamento. Dessa forma, o paciente estará mais apto para colaborar e se comunicar de forma eficaz com sua equipe médica, melhorando o gerenciamento e a qualidade de seu tratamento.
A integração de cuidados físicos, emocionais e sociais deve ser a norma durante o tratamento do câncer de próstata avançado, não a exceção.
Somente com um compromisso contínuo e abrangente podemos oferecer um suporte efetivo e melhorar os resultados para aqueles que enfrentam essa doença desafiadora. A jornada com câncer de próstata avançado vai muito além do tratamento da doença; envolve lidar com complexos desafios ao longo do caminho. Assim, a conscientização e a educação, promovidas por campanhas como o Novembro Azul, são cruciais para quebrar estigmas e incentivar os homens a buscarem ajuda e realizar exames quando necessário, contribuindo para um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz.
Um dos principais desafios no enfrentamento do câncer de próstata é a resistência de muitos homens em procurar orientação médica. Essa resistência é frequentemente alimentada por um estigma cultural associado à saúde masculina, que desencoraja os homens a buscar ajuda, mesmo quando apresentam sintomas ou fatores de risco. A falta de conscientização sobre a doença é um fator significativo na resistência que muitos homens mostram em relação à saúde. Muitos ainda não estão plenamente informados sobre a importância dos exames de rotina e os sinais precoces da doença.
Estima-se que, no Brasil, são diagnosticados cerca de 72 mil novos casos de câncer de próstata a cada ano (durante o triênio 2023-2025), e aproximadamente 16 mil mortes anuais estão associadas à doença. A falta de uma abordagem aberta e informativa pode resultar em um entendimento superficial, levando ao adiamento ou até à não realização dos exames necessários.2
Referências:
1. TAYLOR, J. M.; CHEN, V. E.; MILLER, R. C.; GREENBERGER, B. A. The Impact of Prostate Cancer Treatment on Quality of Life: A Narrative Review. Research and Reports in Urology, v. 12, p. 533-546, 2020.
2. INCA lança a Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/managing-cancer/treatment-types/precision-medicine.html. Acesso em 04 de outubro de 2024.
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