Meu Caminho – Gabrielle Brandão

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Meu nome é Gabrielle Brandão e, aos 23 anos, minha vida mudou de forma brusca. Descobri um câncer de mama através de exames de rotina… mas, antes disso, eu hesitei.

Tudo começou com um inchaço no início da mama. Ao tocar, eu não conseguia distinguir se era um nódulo, um osso ou apenas algo da minha imaginação. Afinal, sempre tive seios pequenos e não parecia algo preocupante.

Antes de ser a Gabrielle que enfrentou o câncer, eu era apenas uma jovem do interior da Bahia, nascida em Conceição do Jacuípe. Havia me mudado recentemente para uma cidade maior, Feira de Santana. Estava prestes a mudar de cargo no trabalho, adorava conhecer praias e sonhava com um futuro totalmente diferente daquele que a vida estava prestes a me apresentar.

Como disse, hesitei em procurar um médico. Não porque achasse que fosse algo grave, mas porque já havia passado inúmeras vezes pela frustração de não ser ouvida. Eu buscava profissionais que me compreendessem — não que achassem que eu queria “saber mais que eles” — e, muitas vezes, saía dos consultórios sem sequer ser examinada. Já vinha de uma série de consultas frustrantes com ginecologistas, tentando entender minha menstruação irregular e uma infecção que insistiam dizer que era “coisa da minha cabeça”.

O tempo foi passando, e chegou mais um ano em que eu precisava fazer meus exames anuais. Foi então que encontrei uma ginecologista que, enfim, me ouviu. Ela me examinou, tirou minhas dúvidas e solicitou diversos exames, entre eles a ultrassonografia das mamas — mesmo eu dizendo que não havia histórico de câncer na família. Curiosamente, em todas as consultas anteriores, ninguém havia pedido esse exame.

Como já havia notado o inchaço, fiz a ultrassonografia acreditando que seria algo simples. Se fosse um nódulo, imaginei que seria benigno, talvez “um nódulo de água”, como já havia ouvido falar. Mas, ao final do exame, a médica radiologista me perguntou se eu já tinha um mastologista.

Respondi que não. Ela, então, perguntou se poderia me indicar um e me informou que havia encontrado um nódulo que necessitava de investigação.

Chegando em casa, olhei o laudo: BIRADS 5. Não sabia o que significava e fui pesquisar no Google. A palavra “CÂNCER” apareceu diante de mim. Fiquei em choque, mas ainda guardei uma pontinha de esperança de que não fosse nada grave.

Fui à mastologista indicada. Ela me examinou, mas não sentiu o nódulo; ele não era palpável, só visível na ultrassonografia. Ainda assim, me elogiou por conhecer meu corpo e perceber a diferença. Fiz a biópsia e, com o resultado em mãos, veio a confirmação: câncer de mama.

A imunohistoquímica classificou como carcinoma ductal in situ, grau 2. Iniciei uma maratona de exames e consultas na rede particular, pois precisava de agilidade e não podia esperar pelo SUS.

Só depois de reunir todos os laudos comecei a busca por um hospital oncológico.

Lá, passei por um novo mastologista. Foi um choque muito grande: o peso do tratamento, as decisões rápidas e a sensação de que eu não tinha escolha a não ser seguir o que me diziam.

Foram solicitados novos exames de imagem para verificar se havia metástase. Em um deles, ao pegar o laudo, percebi que estava sendo solicitado um beta-HCG: haviam encontrado líquido no saco gestacional.

Realizei o exame incrédula, pois, no mesmo dia da ultrassonografia da mama, havia feito uma transvaginal que apontou síndrome do ovário policístico, dizendo que eu precisaria de tratamento caso quisesse engravidar. Mas o resultado do beta chegou: POSITIVO.

Na consulta com o novo mastologista, contei que estava grávida. Ouvi dele: — Aborte. O bebê deve estar deformado por conta dos exames com contraste. E precisamos priorizar você.

Naquele momento, entendi a preocupação médica, mas não era a forma nem o momento certo para dizer isso. Eu estava emocionalmente fragilizada e aquela fala me despertou para o fato de que eu teria que tomar decisões durante todo o processo.

Graças a Deus, os exames mostraram que o bebê estava saudável e já era possível saber o sexo. Comecei a buscar na internet relatos de mulheres que enfrentaram o câncer durante a gestação. Encontrei histórias de esperança e também de dor, e passei a considerar adiar o tratamento até minha filha nascer.

Ao contar a novidade para a família e amigos, houve espanto, mas também alegria. Também ouvi: “Você está louca de levar a gestação adiante com um diagnóstico de câncer.” Mas, no fundo, eu só queria um abraço e ouvir: “Vai ficar tudo bem.”

Então veio a consulta com o oncologista. Ele me recebeu com um abraço, mesmo com um residente na sala. Explicou, respondeu minhas perguntas e me mostrou que a quimioterapia durante a gravidez teria riscos, mas que ele acreditava que daria certo. Saí de lá confiante, pois pude falar e ser compreendida.

No dia seguinte, iniciei o protocolo: foram 14 sessões — 4 vermelhas e 10 brancas — acompanhada de perto pelo oncologista e pela obstetra, que caminharam juntos, mesmo eu sendo paciente do SUS.

Durante todo esse processo, convivi com muitos medos: de perder o bebê, de não suportar o tratamento, de não viver para vê-la crescer. Muitas vezes, não consegui compartilhar essas angústias, porque as pessoas ao meu redor não estavam fortes o suficiente para suportá-las. Guardar tudo dói. Foi então que iniciei a terapia e comecei a compartilhar minha história no Instagram. Lá, encontrei outras mulheres que passaram pelo mesmo. Suas experiências me confortaram e me mostraram que era possível vencer. Agradeço a cada uma que teve coragem de contar sua trajetória e provar que o câncer tem cura e que há vida após o diagnóstico.

Enfrentar o câncer junto com uma gravidez despertou em mim a essência do que é viver e aproveitar cada segundo, valorizar quem somos e entender que somos substituíveis em trabalhos e, muitas vezes, até na vida de algumas pessoas. Aprendi que, para o tratamento dar certo, precisamos pesquisar, questionar, nos posicionar e ter uma relação de parceria com nossos médicos.

Desejo que você também se encontre em meio a todo esse processo, que seja forte por você e que acredite… TUDO PASSA.

Com amor e esperança,
Gabrielle Brandão

Gabi
aos 23 anos, Gabrielle Brandão enfrentou o inesperado: o câncer de mama durante a gestação. De lá pra cá, sua vida se tornou uma mensagem viva de fé, resiliência e amor


Depoimento real da paciente Gabrielle Brandão.
Para mais informações acesse www.saude.novartis.com.br/cancer-de-mama.


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