Meu Caminho – Elisa Montes

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Carta Aberta – Minha Jornada de Cura

Querida amiga,
Me chamo Eliza, tenho 42 anos, sou natural de Corumbá, interior do Mato Grosso do Sul, e quero compartilhar um pouco da minha história com você. Talvez nossas trajetórias sejam diferentes, mas acredito que a força que descobrimos dentro de nós, quando recebemos um diagnóstico de câncer, pode nos unir de certa forma.

Em maio de 2022, aos 38 anos, recebi o diagnóstico de câncer de mama com subtipo Her2+. E quando ouvi a palavra “câncer”, tudo parou por um instante: o chão se abriu como um abismo sob os meus pés. Lembro de olhar para o meu marido, que já estava desesperado, mas não chorei na hora. Queria saber sobre o tratamento e tirei várias dúvidas com o médico. Porém, quando cheguei em casa, desabei. Senti um peso imenso, muito medo, raiva e até vergonha. Como iria contar para as pessoas que estava com câncer?

Eu tenho um apagão gigante daquela primeira consulta – talvez uma defesa mesmo do meu organismo. Mas lembro bem da quanAntes do diagnóstico, eu tinha uma vida toda sendo construída com muito trabalho e projetos lindos pela frente. Trabalhava como locutora em uma das maiores rádios da capital do meu estado e estava conquistando novos projetos na TV. Era como se tudo o que eu havia construído com muito esforço estivesse desmoronando diante de mim e eu tivesse perdido todo o controle.

Mas, aos poucos, percebi que não estava sozinha. Minha família, meus amigos e até pessoas que eu não esperava se aproximaram, oferecendo apoio e carinho. As esperanças foram renovadas e segui com fé para iniciar o meu tratamento. Como paciente do SUS, precisei correr contra o tempo para realizar os exames complementares solicitados pelo meu oncologista. Com os resultados em mãos, descobri, um mês depois do diagnóstico, que o câncer já estava avançado: além da mama e da axila, havia atingido também o pulmão e o fígado.

Lembro de perguntar ao médico qual seria a minha chance, e ele apenas me entregou os papéis e disse para marcar a quimioterapia. Ou seja, aquela seria a minha chance. Mais uma vez eu me via diante de um novo diagnóstico, que, desta vez, me destruiu por completo.

Além do impacto da doença, também vieram os lutos silenciosos: a perda da saúde como eu a conhecia, a infertilidade, a menopausa precoce, as mudanças no corpo e na forma de viver. Era como se a mulher que eu havia sido tivesse morrido, e eu precisasse renascer em uma nova versão de mim mesma. Esse processo doeu, mas também abriu espaço para descobertas que jamais teria feito sem atravessar essa tempestade.

Precisei catar todos os caquinhos e ressignificar a minha vida. Com ajuda e muitas terapias, fui descobrindo uma força que eu mesma não sabia que existia. Cada etapa vencida, por menor que fosse, já era uma vitória. Passei pelas quimioterapias, pelos efeitos colaterais, fiquei careca e segui confiante em Deus e no tratamento, que foi excelente. Terminei as quimios com ótimos resultados e continuei nas imunoterapias. A única cirurgia necessária foi a retirada dos ovários, para ajudar a controlar a doença, já que o tipo de câncer também era positivo para estrogênio e progesterona.

Quando pensei que tudo estava seguindo tranquilamente, precisei mudar o protocolo de tratamento, pois a medicação não estava mais trazendo a resposta esperada, e o único nódulo que ainda estava em acompanhamento no fígado dobrou de tamanho. Nesse momento, precisei de uma medicação de alto custo, indisponível no SUS, iniciei minha jornada de acesso. Foi um período de muita angústia, não só para mim, mas para todos que me cercavam. Essa medicação era a minha chance de continuar viva e, graças a Deus, após três meses de muita luta, consegui tomar a primeira dose. Faço o tratamento até hoje com esse protocolo de segunda linha para controlar a doença. Inclusive, o nódulo em questão já diminuiu cerca de 80%, e sigo confiante.

Passei por momentos difíceis, sim. Houve dias de dor, de incertezas e de cansaço profundo. Mas também houve dias de esperança, de reencontros comigo mesma e de descobertas bonitas sobre a vida. Aprendi a valorizar o hoje, a agradecer pelas pequenas coisas e a me olhar com mais amor. O câncer me mostrou que sou muito mais forte do que imaginava e que a vida pode florescer mesmo em meio às tempestades.

E, mesmo em meio ao tratamento, vivi coisas maravilhosas que nunca imaginei. Realizei o sonho de viajar para a Europa, tive a oportunidade que tanto almejava na TV e, principalmente, me redescobri como atriz, entrando no universo do teatro. Atuei em peças, escrevi uma esquete e até ganhei prêmios. Esses momentos me lembraram que o câncer não era o fim, mas parte de um processo de transformação, e que a vida pode continuar trazendo alegrias, conquistas e surpresas.

Se você está passando por isso agora, quero que saiba: você não está sozinha. O diagnóstico assusta, mas ele não define quem você é. Existe medo, mas também existe coragem. Existe dor, mas também existe luz. E cada passo que você dá já é prova da sua força.

Hoje, como paciente metastática, aprendi a viver um dia de cada vez. Não espero apenas uma cura como um ponto final: eu vivo a minha cura todos os dias, em cada sorriso, em cada conquista, em cada instante em que escolho seguir em frente. A vida acontece no presente, e é nele que encontro a minha força.

Com carinho,
Elisa Montes

Eliza Montes
42 anos, é comunicadora e atriz, casada e sem filhos. Há 3 anos vive em tratamento contra um câncer de mama metastático Her2 positivo, compartilhando sua jornada com coragem e inspiração.


Depoimento real da paciente Eliza Montes.
Para mais informações acesse www.saude.novartis.com.br/cancer-de-mama.


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