Diagnóstico da Espondilite Anquilosante

Compartilhe:

Caso você venha sentido dores nas costas há algum tempo (mais de três meses), que afetam a lombar, que pioram ao acordar e melhoram com atividades físicas, talvez seja o momento de procurar um reumatologista. O reumatologista é um médico especializado para diagnosticar e tratar distúrbios que afetam as articulações, músculos, tendões, ligamentos, tecido conectivo e ossos – inclusive a espondilite anquilosante.1

Durante a consulta…

Na consulta, reumatologista realizará um exame físico completo, perguntará sobre seu histórico médico, bem como poderá solicitar alguns exames laboratoriais.1,2 Entenda esse passo a passo:

  • Exame físico: neste momento, o médico verifica se há dor e/ou sensibilidade nas costas, nos ossos pélvicos (bacia), nas articulações sacro-ilíacas (parte baixa das costas), no peito e nos calcanhares. O especialista também verifica se há limitações de mobilidade na coluna.1,2
  • Histórico médico: o médico poderá perguntar se você já teve outras doenças ou outros sintomas que podem estar relacionados com a espondilite, como uma uveíte (inflamação do olho), distúrbios gastrointestinais (doença de Crohn ou colite ulcerativa), bem como se você anda se sentindo cansado ou se perdeu peso. Ele também irá investigar se alguém da sua família já foi diagnosticado com espondilite anquilosante e outras doenças.1
  • Exames laboratoriais: as radiografias podem auxiliar o médico a verificar alterações nas articulações e ossos, embora muitas vezes não consiga ver os sinais de espondilite anquilosante no início da doença.1-3 A ressonância magnética, embora mais cara, é mais sensível para verificar essas possíveis alterações. Um exame de sangue pode verificar a existência do gene HLA-B27. Porém, é importante saber que o teste HLA-B27 não é um teste diagnóstico para espondilite anquilosante. A associação entre a presença do gene HLA-B27 e a ocorrência da doença varia muito entre diferentes grupos étnicos e raciais.1,2

 

Conte tudo: seu médico precisa da sua ajuda para “ligar os pontos” e fechar o diagnóstico

Como o diagnóstico da espondilite anquilosante pode ser complexo e levar tempo, o paciente pode ter um papel importante em acelerar esse processo. Uma forma de contribuir é anotar e relatar ao médico outros sintomas que parecem não ter relação alguma com a EA, mas que podem estar associados à doença.1,3

Conte ao médico, por exemplo, se você já teve alguma inflamação nos olhos (como uma uveíte), distúrbios gastrointestinais, lesões na pele ou nas unhas, ou dores e inchaços nos dedos se tem se sentido cansado e perdeu peso. Embora, à princípio, esses sintomas pareçam não ter relação com a espondilite, a verdade é que eles podem estar relacionados com a doença.1 Então, prestar atenção em tudo o que está acontecendo no seu corpo (além da dor nas costas), é fundamental para que seu médico possa fechar seu diagnóstico de forma correta, o mais cedo possível!

A importância do diagnóstico precoce

Embora o diagnóstico da espondilite anquilosante possa ser, de fato, desafiador, já que a dor nas costas é um problema comum, e muitas vezes as radiografias apresentam resultados normais no início da doença, o diagnóstico da EA em estágio inicial pode fazer toda a diferença para o paciente.3

Pessoas diagnosticados precocemente podem iniciar o tratamento antes que a doença tenha progredido, permitindo manter a flexibilidade e o movimento das articulações, e até impedindo uma nova formação óssea (quando as vértebras se unem, por exemplo), que é o principal e mais debilitante resultado desta doença. O atraso no diagnóstico pode levar à incapacidade permanetre de executar tarefas diárias.3,4


Referências

1. Spondylitis Association of America. Diagnosis of Ankylosing Spondylitis. Disponível em: https://www.spondylitis.org/Ankylosing-Spondylitis/Diagnosis Acesso em novembro de 2018.
2. Mayo Clinic. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/ankylosing-spondylitis/diagnosis-treatment/drc-20354813 Acesso em novembro de 2018.
3. International Journal of Clinical Rheumatology. How important is early diagnosis of ankylosing spondylitis for therapy in clinical practice? Disponível em: https://www.openaccessjournals.com/articles/how-important-is-early-diagnosis-of-ankylosing-spondylitis-for-therapy-in-clinical-practice.pdf Acesso em novembro de 2018.
4. Van der Heijde D, Ramiro S, et al. 2016 update of the ASAS-EULAR management recommendations for axial spondyloarthritis. Ann Rheum Dis. 2017 Jun;76(6):978-991.