O que é edema macular diabético (EMD)?

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O edema macular diabético é uma grave consequência do diabetes não controlado. Ao longo do tempo, níveis glicêmicos altos (glicose no sangue) podem levar a complicações vasculares em vários tecidos e órgãos, como no coração, sistema nervoso, rins, membros inferiores (pernas e pés) e inclusive nos olhos.1-3

O diabetes mellitus é uma doença muito comum em indivíduos de todas as idades, e o número de casos vem aumentando nos últimos anos. Estima-se que 422 milhões de pessoas vivam com o diabetes, o que corresponde a quase 9% da população mundial.1,2

Existem duas formas de o diabetes acometer a retina, sendo uma delas o edema macular diabético e a outra a retinopatia diabética. O diabetes é hoje a principal causa de cegueira em pessoas na idade produtiva. Ele afeta os vasos sanguíneos do olho, em particular os vasos da retina, que é a área do olho responsável por formar as imagens enviadas ao cérebro.3-6

como a EMD apresenta seu sintomas
Fonte: Motta MMS, Coblentz J, Melo LGN. Aspectos atuais na fisiopatologia do edema macular diabético. Rev Bras Oftalmol. 2008; 67 (1): 45-9.

O edema macular diabético (EMD), também conhecido como maculopatia diabética, é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, que é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.4-6

O edema macular diabético é na verdade uma consequência da retinopatia diabética. O EMD pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora o risco aumente de acordo com a gravidade da retinopatia diabética. Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD.3-6

A principal causa do desenvolvimento do edema macular diabético são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no nosso corpo, como aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), danos na estrutura do DNA e de outros componentes celulares (danos oxidativos) e da inflamação crônica. Essas alterações lesam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular da retina. À medida que se tornam mais permeáveis, líquidos, proteínas e outras moléculas vazam de dentro dos vasos sanguíneos e se acumulam próximos da retina e da mácula formando o edema macular diabético.4


DMRI - partes do olho

No início o edema geralmente não apresenta sinais ou sintomas, mas com o passar do tempo, a visão se torna borrada e distorcida e, se não diagnosticado e tratado corretamente o EMD pode evoluir para cegueira irreversível. Portanto, manter o controle da glicemia e as consultas frequentes ao endocrinologista e ao oftalmologista são as melhores formas de evitar a perda da visão. Por isso, pessoas com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a saúde ocular, e procurar um especialista periodicamente ou caso apresentem qualquer alteração da visão.3,5

Durante muitos anos, a cirurgia a laser era o único tratamento para o edema macular diabético. No entanto, mais recentemente, tratamentos com medicamentos como os anti-VEGF e implantes de corticosteroides têm demonstrado barrar a progressão do edema macular diabético e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida em muitos pacientes com EMD.3,4,7

Segurança no tratamento do edema macular diabético
Somente tratamentos especificamente desenvolvidos para o tratamento do EMD são capazes de oferecer eficácia somada aos mais altos índices de segurança aos pacientes, evitando infecções oculares, além de outras consequências graves.8,9


Referências

1. World Health Organization. Global report on diabetes. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204871/1/9789241565257_eng.pdf. Acesso em janeiro de 2017.
2. American Diabetes Association. Statistics about diabetes. Disponível em: http://www.diabetes.org/diabetes-basics/statistics/. Acesso em janeiro de 2017.
3. World Journal of Diabetes. Diabetic retinopathy – ocular complications of diabetes mellitus. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4398904/. Acesso em janeiro de 2017.
4. The Lancet Diabetes & Endocrinology. Diabetic macular oedema. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213858716300523. Acesso em janeiro de 2017.
5. NIH-National Eye Institute. Facts about diabetic eye disease. Disponível em: https://nei.nih.gov/health/diabetic/retinopathy. Acesso em janeiro de 2017.
6. NIH-National Eye Institute. Facts about macular edema. Disponível em: https://nei.nih.gov/health/macular-edema/fact_sheet. Acesso em janeiro de 2017.
7. Oftalmologia. Na era dos anti-vegfs faz sentido fazer laser focal/grelha macular no tratamento do edema macular diabético? Disponível em: http://www.spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/revista_n3_2014/files/assets/common/downloads/publication.pdf#page=71. Acesso em fevereiro de 2017.
8. Instituto Panamericano da Visão. Degeneração macular. Disponível em: http://www.ipvisao.com.br/site/especialidades-degeneracao_macular. Acesso em fevereiro de 2017.
9. ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/medicamentos. Acesso em março de 2017.